Mar Português
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
F.P.
O tambor inconfundíbel da aventura fai resoar unha vez máis alén do hourizonte a súa chamada, e é preciso atendela sen demora.
Partimos en demanda dunha brisa de ár fresco e salgado que nos percorra pel e ósos nunha miravolante inxeción de enerxía vital, de tal magnitude que o noso minguado talento literario non atinxe describir compridamente. E partimos tamén coa ousada arela de achar neste ár fresco e salgado un brazado de historias que poñer nas páxinas aída brancas e virxes dun libro novo, cal panos do adéus pendurando ó vento, prendidas no fío dun verso roubado ó Fernando Pessoa.
(continuará)
